Mariana Zamaioli - Médica Veterinária de Grandes Animais

Mariana Zamaioli – Médica Veterinária

Mariana Zamaioli – Médica Veterinária

Conversamos com a Mariana Zamaioli, Médica Veterinária de Grandes Animais , que compartilhou um pouco da sua visão e experiências na área.

Confira como foi a nossa conversa.

Como foi o seu início na Veterinária e os primeiros contatos com a área de Grandes Animais?

Entrei na faculdade aos 17 anos, sem saber muito bem que área da Veterinária eu queria seguir. No segundo ano, o Hospital de Grandes Animais da minha faculdade estava só com um residente, muitos animais internados e nenhum estagiário, então me ofereci pra passar o mês lá ajudando. Com a experiência resolvi que era aquilo mesmo que eu queria pra mim: Clínica e Cirurgia de Grandes Animais. É um mundo totalmente diferente comparado a Pequenos Animais.
Passei todo o restante da graduação fazendo estágio nessa área, sempre com equinos, tanto na minha faculdade como em outros locais, além de cursos extracurriculares. Mais para o fim da graduação descobri uma outra área que me identifiquei muito, Anestesiologia, tanto de equinos, como pequenos animais.

Auscultação de ceco em animal internado - Mariana Zamaioli - Médica Veterinária
Auscultação de ceco em animal internado – Mariana Zamaioli – Médica Veterinária

Quais foram seus passos depois de formada?

Fiquei 6 meses estudando para as provas de residência, então passei no programa de aprimoramento da Faculdade Max Planck, na área de Clínica e Cirurgia de Grandes Animais. O programa era de um ano, mas acabei ficando um ano e meio.
Praticamente morava no hospital, que recebia animais 24 horas, atendendo de tudo: casos clínicos, cirurgias, emergências. Eu e mais uma residente éramos as responsáveis pelo setor, junto com nossos supervisores, com a ajuda dos bolsistas e estagiários. Foi a melhor época da minha vida. Trabalhei demais, mas aprendi muito também. Tenho um carinho muito grande por tudo que vivi lá.
Depois que terminou esse período, entrei para a área comercial, com a venda de suplementos e aditivos veterinários, além de continuar atendendo equinos a campo. Estou também retomando o curso de pós graduação em Anestesiologia.

Paciente após 2 horas de seu nascimento - Mariana Zamaioli - Médica Veterinária
Paciente após 2 horas de seu nascimento – Mariana Zamaioli – Médica Veterinária

O que te chamou mais atenção para se identificar com a Anestesiologia?

É uma área muito gratificante e com deficiência de profissionais no mercado, a demanda é bem grande. A rotina de centro cirúrgico, intensivismo, controle de dor, são áreas que aprendi a amar e a me dedicar, é uma responsabilidade boa.

Como se organizou para se preparar para as provas de residência?

A residência pra mim era um sonho. Pensava nela desde o começo da graduação.
Fui estudando desde o final da faculdade, mas não passei logo que me formei. Organizei os principais temas, e ia fazendo resumos todos os dias. Estava me preparando para uma prova somente no final do ano, mas apareceu essa oportunidade da Faculdade Max Planck, então fui tentar e deu tudo certo!

Pode contar um pouco sobre a área comercial? Como é o dia a dia e os desafios?

A área comercial é totalmente diferente de tudo que eu estava acostumada a trabalhar, que era somente os animais em si, e não as pessoas. Hoje em dia, acabei mudando muito minha maneira de ser, pra melhor, pois para vender você precisa ser convincente, saber do que está falando, além de ser simpática e saber agradar aos clientes. Além de toda parte comercial em si, de aumentar as vendas mês a mês.
O dia a dia é bem simples, preciso visitar os clientes, que são clínicas veterinárias, agropecuárias, expor os produtos, tirar dúvidas, fazer a indicação correta, escrever matérias para a empresa, divulgação, vender e entregar a mercadoria.
O principal desafio, é a resistência dos clientes quanto às novidades do mercado, de fazer a adaptação de produtos novos, quando eles já estão acostumados com outros produtos.

Você atua no interior de São Paulo, nota alguma diferença no cuidado dos tutores com seus animais em comparação com os tutores da grande cidade?

Não vejo diferença entre eles. Acredito que a principal diferença seja entre os de cavalos de esporte e os de cavalos de passeio. Claro que não é uma regra, muito pelo contrário, mas às vezes os proprietários de cavalos de esporte estão mais dispostos a gastar um valor maior no diagnóstico e tratamento, pois esses animais dão a eles um retorno financeiro. Mas como eu disse, isso está longe de ser uma regra! Muitas vezes é exatamente ao contrário, por não terem apego sentimental aos animais de esporte, esses são facilmente trocados por um outro sem nenhum tipo de doença ou lesão. Assim como existem proprietários que criam seus cavalos como pets, e estão dispostos a fazer o que for preciso para ver o animal bem novamente, mesmo não tendo nenhum retorno financeiro desses, e sim somente o carinho e/ou como um hobby.

Mariana Zamaioli - Médica Veterinária
Mariana Zamaioli – Médica Veterinária

Quais são os sintomas que um equino tende a demonstrar quando está ficando mal? O que os tutores devem prestar atenção para notar que o animal não está tão bem?

O sintoma mais comum dos cavalos quando não estão bem, é que eles param de comer e beber água. É importante observar quando o animal para de se alimentar e começa a apresentar sinais de desconforto, como olhar para os flancos, cavar, deitar, rolar, dificuldade de locomoção.
Ao observar esses sinais é de extrema importância não medicar o animal e chamar um médico veterinário para avaliá-lo e realizar o procedimento e medicação correta.

Como costumam ser os atendimentos a campo que você realiza? Tem algum caso que é mais comum em relação aos equinos?

Os atendimentos a campo se dão normalmente da seguinte forma: ou o proprietário marca uma consulta e eu vou até o local para atender o animal com hora marcada, faço a consulta, coleta de material para exame se necessário, prescrição de tratamento; ou então para atendimento de emergência, fazendo o primeiro atendimento ao animal, e se necessário, encaminho para algum hospital.
Os casos mais comuns são os de síndrome cólica, em que o animal possui algum distúrbio no seu trato gastrointestinal, podendo ser resolvido clínica ou cirurgicamente. Além disso, casos neurológicos, ortopédicos, feridas, lacerações, distocias e potros com alguma disfunção após o nascimento.

Realização de sutura de pele - Mariana Zamaioli - Médica Veterinária
Realização de sutura de pele – Mariana Zamaioli – Médica Veterinária

Quais são os seus planos para a carreira?

Meus planos são: aumentar a quantidade de clientes fixos tanto para consultas, pequenas cirurgias e emergências, mais propriedades para fazer a parte profilática dos animais e terminar minha pós graduação, conseguindo atuar na área de pequenos e grandes animais como Anestesista em boas clínicas e hospitais.

Tem algum assunto que você gostaria de abordar? Ou aproveitar o espaço para divulgar algo?

Acredito que sobre a importância do atendimento veterinário. Muitas vezes o proprietário faz diversos procedimentos e medicações, e só depois quando nada resolve, e o animal inclusive piora, é que ele chama um médico veterinário para atender o animal, momento em que muitas vezes já não há o que ser feito, e se o profissional é chamado desde o início, a conduta correta na maioria das vezes consegue salvar esses animais.

Quer deixar algum meio de contato?

Claro, vou deixar o meu e-mail: marianazamaioli@bol.com.br.

 

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