Gabriela Lemes – Médica Veterinária
Conhece a Patologia Clínica? Sabe seu impacto na saúde dos animais?
Entrevistamos a Médica Veterinária Gabriela Lemes para conhecer mais sobre esse segmento da Veterinária.
Confira a seguir como foi a nossa conversa:
Como foi o seu caminho para fazer o curso?
Bom, eu sou mineira, de Bueno Brandão, e vim para Indaiatuba em 2012. Vim para fazer cursinho pré-vestibular, depois passei na Faculdade Anhanguera, Unidade Taquaral em Campinas, e continuei por aqui desde então. Me formei em 2017.
Como foi o seu contato com a área da Patologia Clínica?
Desde o 3° ano da faculdade eu tive uma imersão nesse setor. Ingressei no laboratório como estagiária e sigo nele até hoje. A Patologia Clínica foi uma descoberta para mim, jamais tinha imaginado seguir nessa área.
Como era a sua rotina nesse estágio?
Era uma rotina de análises bioquímicas e hematológicas, onde o exame de anemia infecciosa equina era o que mais tinha demanda. Comecei aprendendo coisas básicas como: fechar hematócrito, ler hematócrito, separar contra-prova do aie (anemia infecciosa equina), manusear o aparelho de hematologia , fazer algumas diluições das análises bioquímicas. Com o tempo fui pegando prática, foi uma batalha fazer esfregaço sanguíneo perfeito rs e depois veio a tão sonhada contagem diferencial de leucócitos 😍, a morfologia das células nem sempre é perfeita como nos livros, levei quase um ano para realizar uma contagem sem nenhuma dúvida, mas a sensação de realização foi incrível.
Como é o contato com essa área durante a faculdade?
Na faculdade o contato é muito pouco, e acho que deixa muito a desejar, ainda mais por ser uma área de grande importância. A maioria dos profissionais saem da faculdade sem saber analisar um simples hemograma…
Qual a importância que a Patologia Clínica tem na saúde animal?
Nem sempre uma análise vai fechar um diagnóstico, mas existem diversos tipos de análises que auxiliam bastante. Em casos como suspeita clínica de insuficiência renal, insuficiência hepática, erlichiose, anaplasmose, babesiose, cinomose entre outros, é necessária uma análise mais cautelosa sobre o caso do paciente. Dependendo do caso, um hemograma, perfil renal e hepático já podem fechar um diagnóstico e consequentemente guiar o clínico para o tratamento mais adequado.
Em casos de hemoparasitas nem sempre é encontrado o hemoparasita mas o hemograma pode ser sugestivo.
Já ocorreu de ser encontrado inclusões de erlichiose em hemograma e o animal não apresentar clínica referente a essa hemoparasitose.
Em casos de suspeita de cinomose se for encontrado Corpúsculos de Lentz no esfregaço sanguíneo a suspeita é confirmada.
Quais as áreas que um veterinário pode seguir dentro da Patologia Clínica?
A Patologia Clínica envolve:
- Bioquímica
- Citologia e Histopatologia
- Transfusão sanguínea – testes de compatibilidade
- Coleta e armazenamento de materiais biológicos
- Coproparasitológicos
- Espermograma, pesquisa de ectoparasitas
- Hematologia
- Microbiologia
- Imunologia e técnicas avançadas de diágnostico: testes sorológicos, PCR, citometria de fluxo, análise de
Líquidos Cavitários
Qual a frequência ideal para se fazer exames em gatos como prevenção de doença renal e qual o exame mais indicado?
É muito bom fazer um check up anual, mas em qualquer mudança de comportamento (ingerindo muita água, apresentando dor ao urinar, etc) é essencial realizar uma consulta e fazer os exames indicados pelo clínico.
Como prevenção é ótimo a urinálise ( pequenas alterações já indicam que o rim está doente).
Em cães, tem algum exame que deveria ser feito com uma frequência maior? Por que?
O hemograma é essencial, pois as patologias mais comuns em cães geram alterações específicas no hemograma, auxiliando assim no diagnóstico (podendo ser precoce) e no tratamento.
Animais silvestres e exóticos devem fazer exames também? Quais? Existem diferenças no hemograma de aves e de mamíferos, por exemplo?
Devem sim. Normalmente o coproparasitológico é feito com mais frequência.
Existem diversas diferenças sim, a morfologia das células é um exemplo, as hemácias dos mamíferos são anucleadas enquanto as das aves são nucleadas e possuem forma elíptica.
E quanto aos animais de grande porte?
Animais de grande porte, como equinos e bovinos também realizam diversos exames, não só hematológicos e bioquímicos.
Há os exames obrigatórios para o trânsito de animais, que em bovinos e bubalinos é tuberculose e brucelose e em equinos é anemia infecciosa equina e mormo. A realização desses exames é essencial para evitar a disseminação dessas patologias, sendo que algumas delas são zoonoses.
Quer aproveitar o espaço para ressaltar algo para as pessoas?
A Patologia Clínica é uma área pouco focada na faculdade e que têm poucos profissionais, portanto aconselho os estudantes e profissionais a se aproximarem mais dessa área. É rica em detalhes e auxilia muito um clínico, principalmente na interpretação de resultados ( não é todo profissional que sabe interpretar um hemograma, por exemplo) e em saber qual análise solicitar.
Quero aproveitar também para informar que estou buscando recolocação profissional, então estou aberta à oportunidades no momento.
Quais suas redes sociais para contato?
Insta: https://www.instagram.com/gabby_lemes/
Face: https://www.facebook.com/gabriela.lemes.543
Whats: (19) 99862-2970
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